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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2005

SAUDADE FALA PORTUGUÊS

SAUDADE FALA PORTUGUÊS Quando vejo retratos, quando sinto cheiros... Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida . Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades... Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou vir a ter, se Deus quiser... Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro... Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser... Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei, de quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito; daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de

FERNANDO MONTEIRO DA CÂMARA PEREIRA Poemas do Livro " MAR BRANCO "

À MULHER DESTRUÍDA ... Em cada mulher destruída há um universo a nascer ... Tu Que recebes resignada em silêncio e aceitas toda a ignomínia excretada desta urbe iluminada que te procura na esquina da vida errante ... para te possuir da noite ... à madrugada! Tu Que transformas as trevas em vil clarão boreal todo o Eros que te envolve e que cobres frustrada a frustração sensual do ego que renasce na escuridão da noite longa da tua alma violada Tu Que deslizas velozmente sem norte e bamboleias tens em ti mesma gerada - Em gestação constante a força da criação o gene virgem - instante que destruirá para sempre a tua sorte danada Tu Ó universo vaginal que pariste para criar vida porque te afundas perdida ... para prazer do homem solto. Tu Ó ente - matriz, ó mãe ó sentidos, ó corpo, ó noite, ó prazer, ó morte instante dos Outros que te procuram - servo cio - porque não voas mais alto da terra verme Liberta-te desse

FERNANDO MONTEIRO DA CÂMARA PEREIRA do Livro " MAR BRANCO "

Do Féretro que Levo na Vida, ao Ovni da minha Esperança. A Ti ó Hélida, dorida: Numa noite calada, dos meus sonhos distantes, Teci teu corpo... na miragem do meu nenúfar. Poisei tímido, no teu gineceu errante, E vibrante ... Derramei em êxtase, na minha Hélida, dorida, abatida e sem esperança, ... o último espasmo do meu corpo... Já caía o amanhecer! Fernando Monteiro Fev/81

FERNANDO MONTEIRO DA CÂMARA PEREIRA do Livro " MAR BRANCO "

NO TEU CORPO QUENTE Regressei ao horizonte no teu corpo quente Penetrei o meu ser no teu ser ansioso És o tudo ... sou o tudo ... És o nada, também Toquei no teto - universo ... e encontrei-me em ti Já posso partir para o horizonte Para o meu gene perdido que sou eu Tive o tudo tenho o nada Sou o só .... o regressado Vivo suspenso no teu corpo quente Vivo suspenso no teu corpo quente Vivo suspenso no teu corpo quente Fernando Monteiro Dez/80

VITOR CINTRA poema * DEDICAÇÃO *

DEDICAÇÃO Pediste que te abrisse o coração, Até que desvendasse alguns segredos, Mas ao contar-te a vida e seus enredos, Deixei-me dominar p’la emoção. Falei-te de vivências do passado, De mágoas, alegrias, dissabores, Falei-te até de causas e valores, E vi-me a revivê-los a teu lado. E foi ao mergulhar em outras eras, Que fiz extravasar os sentimentos, Angústia e despertar de sofrimentos; Comigo estavas tu, como quiseras, Tentando descobrir esse meu mundo, Num gesto, sem igual, de amor profundo. Vítor Cintra “ Contrastes “

Do Poeta JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO

SAUDADE Há tanto que não ouço a voz da fonte, Naquele canto triste e prolongado, Ecoar pelas ravinas do valado, Perder-se nas distâncias do horizonte ! … Há quanto já não vejo aquele monte, Donde a minha infância, descuidado, Via espalhar-se o Sol, em tom doirado, Nas águas do ribeiro, além da ponte ! … Veste de luto a minha mocidade A roxa e melancólica saudade Desse ditoso tempo em que vivia … Ai, tão distante que me sinto agora De tudo que sinto e vi outrora, Quando era alegre e a vida me sorria … José Maria Lopes de Araujo