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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2007

** RESPEITO **poema de VITOR CINTRA

Pelas beiras dos caminhos Sabe Deus quantos velhinhos Andarão neste Natal, Sem que o mundo à sua frente Lhes prometa que o presente Não será sempre o normal. Quando o hoje é semelhante Ao passado, já distante, Como o ontem foi igual, O futuro não existe Num presente, que é tão triste, Sem prever melhor final. O saber de muitos povos Determina que os mais novos Reconheçam no idoso, Na velhice, ter direito A viver com mais respeito E uns anos de repouso. Mas serão tão atrasados Esses povos, apontados Como gente mais selvagem?... Ou será que o ocidente, Se tornou tão indif'rente, Que resusa aprendizagem? ... VITOR CINTRA " Relances "

* TEUS LÁBIOS * poema de VITOR CINTRA

Teus lábios carnudos, Macios, veludo, Poemas de cor, Ainda que mudos Revelam, em tudo, Desejos, ardor; Em tempos tristonhos, Por falta, suponho, Das juras de amor, Teus lábios risonhos, Despertam o sonho, São beijos de flor. VITOR CINTRA do livro " Murmúrios "

SIDÓNIO BETTENCOURT poema " RESIGNAÇÃO "

O tédio esta manhã, a ilha descoberta trazendo o mesmo cheiro amargo. a atmosfera sem pintura.o navio.o mar ao largo. o voo da gaivota sem ternura lá vão a carroça, a bilha do leite, o cão, a missa, o vapor, tudo aceite O vulcão em banho de broa. o amor apertado na lança. cantarei contigo sempre à toa do lado azul da esperança. Lá vão a carroça, a bilha do leite, o cão, a missa, o vapor, tudo aceite raiz em envelope fechado. sagrado, feito emoção. isto não tem fim, não... no meio o mar, o grito. a balada. a força da razão lá vão a carroça, a bilha do leite, o cão, a missa, o vapor, tudo aceite. Sidónio Bettencourt Do livro " Deserto de Todas as Chuvas "

HORAS RUBRAS poema de Florbela Espanca

Horas profundas, lentas e caladas, Feitas de beijos sensuais e ardentes, De noites de volúpia, noites quentes Onde há risos de virgens desmaiadas ... Ouço as olaias rindo desgrenhadas... Tombam astros em fogo, astros dementes. E do luar os beijos languescentes São pedaços de prata pelas estradas ... Os meus lábios são brancos como lagos... Os meus braços são leves como afagos, Vestiu-os o luar de sedas puras ... Sou chama e neve branca e misteriosa... E sou, talvez, na noite voluptuosa, Ó meu Poeta, o beijo que procuras ! Florbela Espanca

CEGUEIRA DA AMOR de Meleagro (sec.II-I a.C)

Um caso singular mas sempre verdadeiro: se poiso em ti o olhar -abranjo o mundo inteiro ! ... Porém, ó fado torvo e prepotente, porém, ó sorte perra e negredada, se tu não vens, e passa toda a gente, Cego de repente - Já não vejo nada! ... Trad:Augusto Gil