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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2008

EM BUSCA DO AMOR de Florbela Espanca

O meu Destino disse-me a chorar: " Pela estrada da Vida vai andando, E, aos que vires passar, interrogando Acerca do Amor, que hás-de encontrar. " Fui pela estrada a rir e a cantar, As contas do meu sonho desfiando... E noite e dia, à chuva e ao luar, Fui sempre caminhando e perguntando ... Mesmo a um velho eu perguntei : " Velhinho, Viste o Amor acaso em teu caminho ? " E o velho estremeceu...olhou ...e riu... Agora pela escada, já cansados, Voltam todos pra trás desanimados ... E eu paro a murmurar : " Ninguém o viu"! ..." FLORBELA ESPANCA

* SONETO * poema der E.E.Cummings (E.U.A)

Não será sempre assim... Quando não for, Quando teus lábios forem de outro; quando No rosto de outro o teu suspiro brando Soprar; quando em silêncio, ou no maior Delírio de plavras desvairando, Ao teu peito o estreitares com fervor; Quando, um dia, em frieza e desamor Tua afeição por mim se for trocando: Se tal acontecer, fala-me. Irei Procurá-lo, dizer-lhe num sorriso: " Goza a ventura que já gozei". Depois, desviando os olhos, de improviso, Longe, ah tão longe, um pássaro ouvirei Cantar no meu perdido paraíso. Tradução de : Manuel Bandeira Livro: Rosa do Mundo

* Á Cara Metade * poema de ADRIANO FERREIRA

É na paz do teu olhar, cheio de amor: No arroubo da sua luz, que me ilumina: No seu fulgor ingénuo de menina, Onde embate meu ego, com fragor! É nesse mar imenso de ternura; No amplexo envolvente da sua calma, Onde se espalha a pureza da tua alma E onde mergulha a minha e se depura! Quando, um dia, decrépito, no fim, Já muito perto da última viagem, Rezarei para estares junto a mim. E no meu leito de morte, moribundo, Gravarei, nas pupilas, tua imagem -Meu doce guia, lá no outro mundo. ADRIANO FERREIRA Poeta da ilha de S.Maria - Açores