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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2008

ELOGIO AO AMOR de Miguel Esteves Cardoso

Ou de como eu costumo dizer: - O Amor é como o Chocolate, não tem de fazer sentido. Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de

* INTERROGAÇÃO * poema de José Maria Lopes de Araújo

Não tentes afastar-me do meu rumo, Que eu bem sei o que quero e onde vou... Não lembres o passado porque é fumo Duma chama que, há muito, se apagou ! Da labareda ardente só ficou A cinza da quimera e nada mais ... Do meu passado tudo se queimou ... E apenas restam meus doridos ais ! E deixem-me ficar, assim sozinho, Com todo o sofrimento, no caminho Que me há-de confundir ao Redentor ... E pensar, meditar profundamente : - Por que motivos alimenta a gente Invejas, ódio, em vez de Paz e Amor ? JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO do Livro " Outono da Vida "

O Teu Corpo poema de ÂNGELO GOMES

Deixa-me acordar, sorrir, esbracejar Em cada alvorada de sonos inquietos Pensamentos lentos, lista de afectos Tua voz sentir, acto de inventar Desenho o teu corpo enquanto desperto De suave tecido em mãos de ternura Que beijo e rebeijo com tanta doçura E amo e possuo como se estivesses perto Que venham sóis, chuvas ou tormentas Que toquem os sinos abordando rebates Que caiam ferros, pedras, alicates Que as bocas estejam secas e sedentas Oh... como adoro o teu corpo de frescura Razão das razões... toque de magia Que invade o meu, deixando nostalgia Saudade intensa, retrospectiva pura Corpos colados, invasão das mentes Selados em lençóis ou calmas areias Torcendo, mexendo, como centopeias Acabando molhados, sôfregos, ardentes Adoro o teu corpo de sonho e desejo... Suporte de um todo que vejo e revejo. ÂNGELO GOMES Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2006 Código do texto: T232095