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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2010

SONETO LXXXVIII....de ...William Shakespeare

SONETO LXXXVIII Quando me tratas mal e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo; Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício, Pois o que ganhas duas vezes ganho. Assim é o meu amor e a ti o reporto: Por ti todas as culpas eu suporto. William Shakespeare

" O Beijo Mata o Desejo " ....de António Aleixo

MOTE «Não te beijo e tenho ensejo Para um beijo te roubar; O beijo mata o desejo E eu quero-te desejar.» GLOSAS Porque te amo de verdade, 'stou louco por dar-te um beijo, Mas contra a tua vontade Não te beijo e tenho ensejo. Sabendo que deves ter Milhões deles p'ra me dar, Teria que enlouquecer Para um beijo te roubar. E como em teus lábios puros, Guardas tudo quanto almejo, Doutros desejos futuros O beijo mata o desejo. Roubando um, mil te daria; O que não posso é jurar Que não te aborreceria, E eu quero-te desejar! António Aleixo

AMOR SÁDICO .... poema de JULIO HERRERA Y REISSIG

Já não te amava, sem que meu desejo fugisse á sombra de teu amor distante. Já não te amava, e contudo o beijo de uma repulsa nos uniu um instante... Acre prazer tornou-me seu possesso, crispou-me a face, mudou meu semblante. Já não te amava e turbei-me, não obstante, qual uma virgem entre um bosque espesso. E já perdida para sempre, ao ver-te amanhecer sob o eterno luto, - mudo o amor, o coração inerte -, atroz, esquivo, rigoroso, hirsuto... Jamais vivi como naquela morte, jamais te amei como num tal minuto ! Trad: José Bento

OPÇÕES.... poema de ....Vitor Cintra

Parabéns poeta e amigo, VITOR CINTRA , hoje em aniversário. Por respeito dos meus filhos É muito mais importante Que a postura triunfante De quem vence a qualquer preço. Cruzar a vida sem guilhos Que me firam a memória, É já, por si, 'ma vitória Além da qual nada peço. A memória de quem parte Permanece na lembrança De quem recebe, d'herança, Um nome que foi honrado. Mas a honra não é arte, É, tão só, dom do destino, Que se aceita por divino, Ou rejeita por pesado. Vitor Cintra

O SOL E A LUA............. de Sílvana Duboc

Quando o SOL e a LUA se encontraram pela primeira vez, se apaixonaram perdidamente e a partir daí começaram a viver um grande amor. Acontece que o mundo ainda não existia e no dia que Deus resolveu criá-lo, deu-lhes então o toque final... o brilho ! Ficou decidido também que o SOL iluminaria o dia e que a LUA iluminaria a noite, sendo assim, seriam obrigados a viverem separados. Abateu-se sobre eles uma grande tristeza quando tomaram conhecimento de que nunca mais se encontrariam. A LUA foi ficando cada vez mais amargurada, mesmo com o brilho que Deus havia lhe dado, ela foi se tornando solitária. O SOL por sua vez havia ganhado um título de nobreza "ASTRO REI", mas isso também não o fez feliz. Deus então chamou-os e explicou-lhes: Vocês não devem ficar tristes, ambos agora já possuem um brilho próprio. Você LUA, iluminará as noites frias e quentes, encantará os enamorados e será diversas vezes motivo de poesias. Quanto a você SOL, sustent

Soneto 35----- de William Shakespeare

~ Soneto 35 ~ Não chores mais o erro cometido; Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho; O sol no eclipse é sol obscurecido; Na flor também o inseto faz seu ninho; Erram todos, eu mesmo errei já tanto, Que te sobram razões de compensar Com essas faltas minhas tudo quanto Não terás tu somente a resgatar; Os sentidos traíram-te, e meu senso De parte adversa é mais teu defensor, Se contra mim te excuso, e me convenço Na batalha do ódio com o amor: Vítima e cúmplice do criminoso,D Dou-me ao ladrão amado e amoroso. William Shakespeare