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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2010

As Escadas de São Bento.... poema de Manuela Bulcão

Rugas na cara Cigarro esvoaçante ar cansado Minissaia apertada de feridas Corpo de traste Sorriso desfeito pela pancada e felatio Mulher objecto Arranhada pela sede de sexo dos homens Criança perdida Lupanário ao ar livre sobre o céu do Porto Vitima ou criminosa? Acaso ou simples fome para matar? Vicio ou escravidão? Perguntas e mais perguntas… Vejo aí nas escadarias de São Bento Passo e olho Fico presa no hábito mundano de ignorar E sigo atrasada nos meus afazeres e papeis Bastava uma palavra para a salvar? Manuela Bulcão

Poesia da Felicidade........FERNANDO PESSOA

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!   FERNANDO PESSOA

Preguiça.... poema de Manuela Bulcão

Olho para o céu nocturno A escuridão lembra a tua pele Chocolate de leite Vislumbra a camada de nuvens Os fios de cabelo grisalho Rasgam o castanho da minha íris Saboreio o sal do mar Emersa na escuridão do teu olhar Coisa estranha e rara E, Rendo-me à preguiça da imaginação Presa na lentidão matinal de esperar pela tua chamada Continuo assim enrolada, Nos lençóis… Manuela Bulcão

Obessão do Mar Oceano...poema de MÁRIO QUINTANA

Vou andando feliz pelas ruas sem nome... Que vento bom sopra do Mar Oceano! Meu amor eu nem sei como se chama, Nem sei se é muito longe o Mar Oceano... Mas há vasos cobertos de conchinhas Sobre as mesas... e moças na janelas Com brincos e pulseiras de coral... Búzios calçando portas... caravelas Sonhando imóveis sobre velhos pianos... Nisto, Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous, E eu me lembrei do pobre imperador Adriano, De su'alma perdida e vaga na neblina... Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano! Se eu morresse amanhã, só deixaria, só, Uma caixa de música Uma bússola Um mapa figurado Uns poemas cheios de beleza única De estarem inconclusos... Mas como sopra o vento nestas ruas de outono! E eu nem sei, eu nem sei como te chamas... Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano, Quando eu também já não tiver mais nome. Mário Quintana