Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Poema de Natal... Vinicius de Moraes

Poema de Natal Vinicius de Moraes Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra. Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer Uma estrela a se apagar na treva Um caminho entre dois túmulos — Por isso precisamos velar Falar baixo, pisar leve, ver A noite dormir em silêncio. Não há muito o que dizer: Uma canção sobre um berço Um verso, talvez de amor Uma prece por quem se vai — Mas que essa hora não esqueça E por ela os nossos corações Se deixem, graves e simples. Pois para isso fomos feitos: Para a esperança no milagre Para a participação da poesia Para ver a face da morte — De repente nunca mais esperaremos... Hoje a noite é jovem; da morte, apenas Nascemos, imensamente.

Embora os Meus Olhos Sejam...António Aleixo

Embora os meus olhos sejam os mais pequenos do mundo o que importa é que eles vejam o que os homens são no fundo Que importa perder a vida na luta contra a traição se a razão mesmo vencida não deixa de ser razão Vós que lá do vosso império prometeis um mundo novo calai-vos que pode o povo querer um mundo novo a sério Eu não tenho vistas largas nem grande sabedoria mas dão-me as horas amargas lições de filosofia. António Aleixo