Há no ambiente um murmúrio de queixume, De desejos de amor, d'ais comprimidos... Uma ternura esparsa de balidos, Sente-se esmorecer como um perfume. As madressilvas murcham nos silvados E o aroma que exalam pelo espaço, Tem delíquios de gozo e de cansaço, Nervosos, femininos, delicados, Sentem-se espasmos, agonias d'ave, Inapreensíveis, mínimas, serenas... _ Tenho entre as mãos as tuas mãos pequenas, O meu olhar no teu olhar suave. As tuas mãos tão brancas d'anemia... Os teus olhos tão meigos de tristeza... _ É este enlanguescer da natureza, Este vago sofrer do fim do dia. CAMILO PESSANHA
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