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A mostrar mensagens de junho, 2013

Esse Desemprego...... de Bertolt Brecht

Esse Desemprego Meus senhores, é mesmo um problema Esse desemprego! Com satisfação acolhemos Toda oportunidade De discutir a questão. Quando queiram os senhores! A todo momento! Pois o desemprego é para o povo Um enfraquecimento. Para nós é inexplicável Tanto desemprego. Algo realmente lamentável Que só traz desassossego. Mas não se deve na verdade Dizer que é inexplicável Pois pode ser fatal Dificilmente nos pode trazer A confiança das massas Para nós imprescindível. É preciso que nos deixem valer Pois seria mais que temível Permitir ao caos vencer Num tempo tão pouco esclarecido! Algo assim não se pode conceber Com esse desemprego! Ou qual a sua opinião? Só nos pode convir Esta opinião: o problema Assim como veio, deve sumir. Mas a questão é: nosso desemprego Não será solucionado Enquanto os senhores não Ficarem desempregados! Bertold Brecht

SIDÓNIO BETTENCOURT " CERTEZAS "

O meu suspirar são pedaladas de piano com cabelos em pé. Beijos subtis na agonia do desejo. Substância a mais no mistério. Mas sei que suspirando forte num sopro leve serei aragem num vendaval deserto. Sidónio Bettencourt Do livro " Deserto de Todas as Chuvas "

" O Amor, Meu Amor " poema de MIA COUTO

Nosso amor é impuro  como impura é a luz e a água  e tudo quanto nasce  e vive além do tempo.  Minhas pernas são água,  as tuas são luz  e dão a volta ao universo  quando se enlaçam  até se tornarem deserto e escuro.  E eu sofro de te abraçar  depois de te abraçar para não sofrer.  E toco-te  para deixares de ter corpo  e o meu corpo nasce  quando se extingue no teu.  E respiro em ti  para me sufocar  e espreito em tua claridade  para me cegar,  meu Sol vertido em Lua,  minha noite alvorecida.  Tu me bebes  e eu me converto na tua sede.  Meus lábios mordem,  meus dentes beijam,  minha pele te veste  e ficas ainda mais despida.  Pudesse eu ser tu  E em tua saudade ser a minha própria espera.  Mas eu deito-me em teu leito Quando apenas queria dormir em ti.  E sonho-te  Quando ansiava ser um sonho teu.  E levito, voo de semente,