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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2011

A Nossa Casa...poema de José Maria Lopes de Araújo

Há-de ser pequenina a nossa casa, Tão pequenina que não entre a dor … Nela haverá somente o nosso amor , Tão amplo como o voo duma asas ! … E no lar há-de haver sempre uma brasa, Para aquecer os pobres do Senhor, Que hão-de sentir carinho, amparo, amor, Na santa pequenez da nossa casa ! … Só tu e eu … eu e tu … e mais ninguém … E teremos a ventura de quem tem Na vida o bem maior que pode haver ! … Mas, esse bem será maior ainda, Quando esperarmos, numa ânsia infinda, O filho que depois há-de nascer ! … José Maria Lopes de Araújo

Poema Sobre a Vida .... Charles Chaplin

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito? Charles Chaplin

O Que Há .... poema de Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço – Não disto nem daquilo, Nem se quer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo. Cansaço. A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém. Essas coisas todas – Essas e o que falta nelas eternamente – : Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvidas quem ame o infinito, Há sem dúvidas quem deseje o impossível, Há sem dúvidas quem não queira nada – Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo

Nega-me Tua Alma...poema de Fernando Campanella

Nega-me tua alma – Esta minha alma mesma Que me furtas - E é o degredo irremediável que, em troca, me concedes. Nega – me tua chama Que tremula no delírio dos deuses, Teu anjo, que ressona no silêncio dos lagos, Nega-me, nega-me tua espuma Que regurgita no sonho das aves (eu sou o teu infante pássaro) E é sem minhas fontes que me deixas, Sem meu ar extasiado. Nega-me teu mar, tua tempestade, O sonho e a fantasia, E me deixas a seco ,ao sal amargo De cada dia. Nega-me teu olhos e já triste não me enxergo Que a felicidade, embora utopia das sombras, É também certa luz incidente Que só de teu olhar meus olhos como bênção recebem. Fernando Campanella