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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2008

* Como Eu Te Amo * poema de Elizabeth Barrett Browning

Amo-te quanto em largo, alto e profundo Minh’alma alcança quando, transportada, Sente, alongando os olhos deste mundo, Os fins do Ser, a Graça entressonhada. Amo-te em cada dia, hora e segundo: À luz do sol, na noite sossegada. E é tão pura a paixão de que me inundo Quanto o pudor dos que não pedem nada. Amo-te com o doer da velhas penas; Com sorrisos, com lágrimas de prece, E a fé da minha infância, ingénua e forte. Amo-te até nas coisas mais pequenas. Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse, Ainda mais te amarei depois da morte. Elizabeth Barrett Browning

* Indelével Saudade * poema de EUCLIDES CAVACO

Eu choro nos meus versos a saudade Que é dos ausentes a eterna companheira Como parte do seu ser que sempre há-de Ser uma angústia que alimenta a vida inteira. Deixei chorar minha caneta de amargura Porque sentiu do seu poeta a emoção Viu que as palavras nada tinham de loucura Eram ditadas dum plangente coração... E a caneta vai chorando em cada dia Da minha mão sentindo a fragilidade Porque ela entende dum ausente a agonia!... São os meus versos portadores dessa ansiedade Feita palavra...É filha da nostalgia À qual nós demos o nome de Saudade !... Euclides Cavaco

* FIVE O'CLOCK TEAR * poema de EMANUEL FÉLIX

Coisa tão triste aqui esta mulher com seus dedos pousados no deserto dos joelhos com seus olhos voando devagar sobre a mesa para pousar no talher Coisa mais triste o seu vaivém macio p'ra não amachucar uma invisível flora que cresce na penumbra dos velhos corredores desta casa onde mora Que triste o seu entrar de novo nesta sala que triste a sua chávena e o gesto de pegá-la E que triste e que triste a cadeira amarela de onde se ergue um sossego um sossego infinito que é apenas de vê-la e por isso esquisito E que tristes de súbito os seus pés nos sapatos seus seios seus cabelos o seu corpo inclinado o álbum a mesinha as manchas dos retratos E que infinitamente triste triste o selo do silêncio do silêncio colado ao papel das paredes da sala digo cela em que comigo a vedes Mas que infinitamente ainda mais triste triste a chávena pousada e o olhar confortando uma flor já esquecida do sol do ar lá de fora (da vida) numa jarra parada EMANUEL FÉLIX (in "A Palavra O Açoite", 197