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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2009

Inconstância..... poema de ....Florbela Espanca

Procurei o amor, que me mentiu. Pedi à Vida mais do que ela dava; Eterna sonhadora edificava Meu castelo de luz que me caiu! Tanto clarão nas trevas refulgiu, E tanto beijo a boca me queimava! E era o sol que os longes deslumbrava Igual a tanto sol que me fugiu! Passei a vida a amar e a esquecer... Atrás do sol dum dia outro a aquecer As brumas dos atalhos por onde ando... E este amor que assim me vai fugindo É igual a outro amor que vai surgindo, Que há-de partir também... nem eu sei quando... Florbela Espanca

Chico Xavier

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO , mesmo eu sabendo que as rosas não falam. Que eu não perca o OPTIMISMO , mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre. Que eu não perca a vontade de VIVER , mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa... Que eu não perca a vontade de ter grandes AMIGOS , mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas... Que eu não perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda. Que eu não perca o EQUILÍBRIO , mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia. Que eu não perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim... Que eu não perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos... Que eu não perca a GARRA , mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversári

Soneto da Fidelidade....de Vinicius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei-de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. VINICIUS DE MORAES

ESTA ESPÉCIE DE LOUCURA....poema de ....FERNANDO PESSOA

Esta espécie de loucura Que é pouco chamar talento E que brilha em mim, na escura Confusão do pensamento, Não me traz felicidade; Porque, enfim, sempre haverá Sol ou sombra na cidade. Mas em mim não sei o que há   Fernando Pessoa  in "Cancioneiro"

HINO DA PRIMEIRA CARTA AOS CORINTIOS.......... São Paulo ( Século I)

Se eu falasse as línguas dos homens e até as dos anjos, mas não  tivesse amor seria bronze que soa  ou címbalo que tine. Se tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e todos os saberes, se a minha fé fosse a ponto de mover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. Se  repartisse pelos pobres tudo quanto tenho, e meu corpo entregasse ás labaredas mas não tivesse amor, nada ganharia. O amor paciente, repleto de bondade, o amor que desconhece inveja e não ostenta orgulho,  o amor sem vaidade, que descura o próprio interesse, e não se irrita e não suspeita mal, o amor que não colhe alegria da injustiça, mas se alegra com  a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará: há um tempo em que vacilam as profecias, as línguas emudecem e o saber desaparece  porque só em parte conhecemos e só em parte profetizamos, mas quando chega a perfeição os limites apagam-se. Quando eu era criança, falava como criança, s

* Tive Um Coração, Perdi-o *....poema de AMÁLIA RODRIGUES

Tive um coração, perdi-o Ai quem mo dera encontrar, Preso no fundo do rio Ou afogado no mar. Quem me dera ir embora, Ir embora sem voltar, A morte que me namora Já me pode vir buscar. Tive um coração, perdi-o Ainda o vou encontrar, Preso no lodo do rio, Ou afogado no mar. AMÁLIA RODRIGUES do livro " Amália, Fados, Poemas e Flores "

A Folha de Salgueiro...... poema de António Feijó

Adoro essa mulher moça e formosa, Que à janela, a sonhar, vejo esquecida, Não por ter uma casa sumptuosa Junto ao Rio Amarelo construída... - Amo-a porque uma folha melindrosa deixou cair nas águas, distraída. Também adoro a brisa do Levante, Não por trazer a essência virginal Do pessegueiro que floriu distante, No pendor da Montanha Oriental... Amo-a porque impeliu a folha errante Ao  meu batel, no lago de cristal. E adoro a folha, não por ter lembrado A nova Primavera que rompeu, Mas por causa do nome idolatrado Que essa jovem mulher nela escreveu Com a doirada agulha do bordado... E esse nome...era o meu! António Feijó do Livro * ROSA DO MUNDO *