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A mostrar mensagens de abril, 2011

Geração à Rasca Foi a Minha...... (Desconheço o Autor)

Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social. Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%. Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra. Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc. A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.

Se as minhas mãos pudessem desfolhar....Garcia Lorca

Eu pronuncio teu nome nas noites escuras, quando vêm os astros beber na lua e dormem nas ramagens das frondes ocultas. E eu me sinto oco de paixão e de música. Louco relógio que canta mortas horas antigas. Eu pronuncio teu nome, nesta noite escura, e teu nome me soa mais distante que nunca. Mais distante que todas as estrelas e mais dolente que a mansa chuva. Amar-te-ei como então alguma vez?  Que culpa tem meu coração? Se a névoa se esfuma, que outra paixão me espera? Será tranqüila e pura? Se meus dedos pudessem desfolhar a lua!! Garcia Lorca

poema de Luiz Alfredo

Naquele tempo eu acreditava no amor Deus era a própria natureza o colibri a flor tinha namorada e lhe mandava uma margarida e um poema de pura paixão comia chocolates de amêndoas nas tardes quentes de P.V assistia o balé das andorinhas tomando tacacá com murupi caminhava feliz mesmo com toda a ditadura tinha cabelos compridos desenhava cogumelos coloridos com lápis de cera e borboletas com hidrocores depois as libertava na minha imaginação fumava meu cigarro industrial livremente comia meu cachorro-quente alienado com refrigerante artificial açucarado andava pela estrada de ferro madeira-mamoré curtia o pôr do sol no madeira dançava com os botos encantados encarnados pela água amarela hoje não tenho mais namorada apenas um mal me quer despetalado afogado espetado no vaso decaído pro lado da sombra as andorinhas e os botos foram extintos o Deus natureza foi morto na universidade a democracia restringiu quase tudo a madeira-mamoré e o pô