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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2010

Não Sei Se Eras Tu....poema de Fernando Cardoso

Não sei se eras tu… Naquele dia, naquela hora E naquele sítio Onde nos encontrávamos outrora. Mas aquele ser, Esbelto e esguio, Olhou-me e sorriu Com tal emoção Como se me conhecesse De outra encarnação. Não sei se eras tu… Aquele ser de luz Que não falou E se evolou Entre a multidão, Lesta e sem fim, E que teima habitar Dentro de mim… FERNANDO CARDOSO

Amo-te Muito, Muito! poema de "JOÃO DE DEUS "

Amo-te muito, muito! Reluz-me o paraíso Num teu olhar fortuito, Num teu fugaz sorriso! Quando em silêncio finges Que um beijo foi furtado E o rosto desmaiado De cor-de-rosa tinges, Dir-se-á que a rosa deve Assim ficar com pejo Quando a furtar-lhe um beijo O zéfiro se atreve! E às vezes que te assalta Não sei que idem, jovem, Que o rosto se te esmalta De lágrimas que chovem; Que fogo é que em ti lavra E as forças te aniquila, Que choras, mas tranquila, E nem uma palavra?... Oh! se essa mudez tua É como a que eu conservo Lá quando à noite observo O que no céu flutua; Ou quando à luz que adoro Às horas do infinito, Nas rochas de granito Os braços cruzo e choro; Amamo-nos! Não cabe Em nossa pobre língua O que a alma sente, à mingua De voz... que só Deus sabe! João de Deus

O Dinheiro ... poema de JOÃO DE DEUS

O dinheiro é tão bonito, Tão bonito, o maganão! Tem tanta graça, o maldito, Tem tanto chiste, o ladrão! O falar, fala de um modo... Todo ele, aquele todo... E elas acham-no tão guapo! Velhinha ou moça que veja, Por mais esquiva que seja, Tlim! Papo. E a cegueira da justiça Como ele a tira num ai! Sem lhe tocar com a pinça; E só dizer-lhe: «Aí vai...» Operação melindrosa, Que não é lá qualquer coisa; Catarata, tome conta! Pois não faz mais do que isto, Diz-me um juiz que o tem visto: Tlim! Pronta. Nessas espécies de exames Que a gente faz em rapaz, São milagres aos enxames O que aquele demo faz! Sem saber nem patavina De gramática latina, Quer-se um rapaz dali fora? Vai ele com tais falinhas, Tais gaifonas, tais coisinhas... Tlim! Ora... Aquela fisionomia É lábia que o demo tem! Mas numa secretaria Aí é que é vê-lo bem! Quando ele de grande gala, Entra o ministro na sala, Aproveita a ocasião: «Conhece este amigo anti

AMÉRICO SILVA " Amar Como Eu Sei "

Republico este poema por ser sempre actual AMAR  Como eu sei... Amar não se inventa, não nasce, não morre, Faz parte do sangue que corre apressado, É o fogo suave, que aquece a vida É o luar de Agosto, é a chuva de Outono. É a flor que desponta, é a folha que cai, É um brilho nos olhos, um sorriso nos lábios É o beijo que deslumbra, é o medo que angustía É uma chegada desejada, uma partida desolada. É um caminhar lado a lado, num vulcão adormecido, É um beijo inesperado, numa viagem sem destino, É uma paragem inesperada, entre hortênsias e hortelã É uma caricia fugidia, numa estrada molhada. É um caminhar à tôa, na noite acolhedora, À procura do nada, no silêncio da alma, No escuro protector duma montanha distante. É a ousadia de sentir, o prazer de encontrar. É o primeiro olhar, sorriso,  abraço, beijo.... O primeiro pulsar inquieto, a primeira angustia A primeira dúvida, a primeira incerteza, Sentir que o vento não se agarra, que