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NATAL poema de José Maria Lopes de Araújo




NATAL

IV



Não me falem de Natal
Enquanto o riso der lugar à dor
E não for esmagado o mal
Pelo Bem e Amor …
Não … Não …
Não me falem de Natal !


Enquanto a chuva se infiltrar
Nos podres tectos de humildes
Casebres destelhados,
E o frio enregelar
Rostos enrugados,
Cansados, dos vencidos da vida …
Não … Não …
Não me falem de Natal !

Só quando tu, que te afirmas homem
E dizes ser meu irmão,
Me estenderes a mão,
Num gesto amigo e fraternal…
Então,
Para mim,
Entendo que só assim
Deve e pode acontecer Natal!


É preciso que o Mundo entenda
Que, em cada dia que passa,
Nos corações dos homens,
Tem de haver o calor da Graça,
Tem de haver natal …
E renascer
A Paz, o Bem e o Amor…
… Só quando isto acontecer
Pode acontecer Natal!



JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO



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