DESALENTO
Deixem-me caminhar, sem rumo certo,
E sem o norte que eu, em vão, busquei!...
Deixem-me só, que só, vivo mais perto
Do Bem que loucamente abandonei!
Não quero ouvir lamentos. Meu deserto
De mágoa e de tormento eu o criei...
Ergui barreiras, em caminho aberto,
E o próprio chão, que percorri, manchei....
Que importa seja a dor do meu arrimo,
Se, só com ela, atingirei o cimo
Do Gólgota que Deus me destinou!
Não me condenem! Deixem-me viver,
Entregue à minha mágoa, ao meu sofrer,
Que eu vivo bem assim, tal como sou!....
Deixem-me caminhar, sem rumo certo,
E sem o norte que eu, em vão, busquei!...
Deixem-me só, que só, vivo mais perto
Do Bem que loucamente abandonei!
Não quero ouvir lamentos. Meu deserto
De mágoa e de tormento eu o criei...
Ergui barreiras, em caminho aberto,
E o próprio chão, que percorri, manchei....
Que importa seja a dor do meu arrimo,
Se, só com ela, atingirei o cimo
Do Gólgota que Deus me destinou!
Não me condenem! Deixem-me viver,
Entregue à minha mágoa, ao meu sofrer,
Que eu vivo bem assim, tal como sou!....