
HORAS RUBRAS
Horas profundas, lentas e caladas,
Feitas de beijos, sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Ouço as olaias rindo desgrenhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata pelas estradas…
Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras …
Sou chama e neve branca e misteriosa…
E sou, talvez na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras !
Florbela Espanca
(1894-1930)
SEm dúvida uma grande poetisa. Particularmente nos sonetos de amor e paixão.
ResponderEliminarPoesia de Florbela, uma das minhas preferidas.
ResponderEliminarBeijo,