A tarde, e por de mais calma,
Afogou-me o que ficara da partida
Tudo que inventara, essa mentira querida
Que ficara fazendo as vezes da alma.
Passa e segue a triste gente calada
E o correio e a luz quebrada no muro
Trazem a tarde, recortando duro
O perfil triste e morno desta minha estrada.
E choca e vem de mim até ao céu polido
Liso e puro e sempre igual estendido
Sobre mim e a rua desolada,
Uma ilusão que nada tem de alada
E é feita de aço puro e diamantes:
Não querer tornar-me no que era dantes.
José Blanc de Portugal
Lindo Soneto...
ResponderEliminarMostra a dor do interior de um ser.
Bjs
Mila
Uma bonita escolha, não conhecia este poeta!
ResponderEliminarbeijo
Olá, amiga!
ResponderEliminarHá tanto tempo que não a via!
Os meus cumprimentos