OFÍCIO DE AMOR Se conheces o prazer, não escatimes o beijo Pois o prazer de amar não comporta medida. Deixa-te beijar e beija tu depois, Que nos lábios sempre é onde o amor perdura. Não beijes, não, como o escravo e o crente, Mas como o viandante à fonte oferecida. Deixa-te beijar – ardente sacrifício – Quanto mais queima mais fiel é o beijo. Que terias feito se tu morresses antes, Sem mais fruto do que a aragem no rosto? Deixa-te beijar, e no peito, nas mãos - amante ou amada – a taça muito alta. Quando beijes, bebe, o copo sare o medo: Beija no pescoço, o sítio mais formoso. Deixa-te beijar, E se ainda te apetece Beija de novo, pois a vida é contada. Tradução de : JOSÉ BENTO Catalunha JOAN SALVAT – PAPASSEIT (1894-1924)
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